18 de agosto de 2012

HISTÓRIA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA


   Período: 1920-1937
   Nesta época a lei era de uma educação gratuita e laica, pautada na justiça, igualdade e distribuição de renda na visão do socialismo e na visão anarquista trazida por imigrantes compreendia que o analfabetismo era um problema grave, mas defendiam uma escola sem intervenção do Estado ou da Igreja. Já a escola nova reivindicava uma única educação básica normal. Cabe ressaltar que a lei ficou no papel e nada foi feito para resolver o problema educacional da época.
   A semana de Arte Moderna que ocorreu em 1922 queria romper com os padrões europeus tendo como autores: Oswald e Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Villa-Lobos, Anita Mafalti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Vicente do Rego e Tarsila do Amaral mesmo não estando presente. A semana tinha como objetivo propor a Arte Moderna e valorização da cultura brasileira.
   Com a revolução de 1930, Getúlio Vargas assume o poder e a constituição de 1934 volta a garantir gratuidade do ensino primário e a obrigatoriedade ao ensino do 1° grau, direito a educação, liberdade de ensino ministrada pelos poderes públicos e pela família instituiu o ensino secundário gratuito e difusão do ensino público principalmente técnico-profissional, mas que também muito pouco saiu do papel. E a elite intelectual do país reivindica novas reformas pedagógicas e políticas que não foram contempladas na Constituição. Os educadores católicos conseguem implantar nos currículos escolares o ensino religioso. A constituição foi um grande retrocesso.
   Francisco Campos neste período realiza os seguintes Decretos: que cria Conselho Nacional de Educação, Regulamentação do Ensino Superior, Organização da Universidade do Rio de Janeiro, organizou o ensino secundário e comercial e a regulamentação sobre o ensino secundário. E Washington Pires dedicou-se as reformas do ensino secundário e superior destinados à elite da sociedade.

   Período: 1937-1945
   O então presidente Getúlio Vargas agora ditador apresentava aos seus ministros a nova constituição de 1937, centralizando todo o poder em suas mãos. Surge à censura nas manifestações intelectuais e à imprensa ocorrem modificações nas leis trabalhistas. O direito de todos à educação deixa de existir e a ênfase é dada as escolas particulares. A dualidade do ensino mostra-se presente ao se instituírem escolas particulares de ensino secundário para a elite e de profissionalizante para as camadas mais baixas da sociedade. Nesta época os abismos sociais e os movimentos populares alertam para um fenômeno da era capitalista e a desumanização do humano.
   Gustavo Capanema teve grandes contribuições para educação: em 1942 estruturou o ensino secundário e o ensino industrial; em 1943 reformou o ensino comercial; em 1946 o ensino normal primário e agrícola; cria o Instituto Nacional Estudos pedagógicos (INEP); Serviço Nacional Aprendizagem Industrial (SENAI); Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Neste período surge também a figura do Orientador Educacional com a finalidade de garantir a ordem e a disciplina na escola.
   Com a reforma de Capanema surgem as escolas regionais e os institutos de educação. O curso normal antes destinados aos homens passam a serem destinado as mulheres. Tal fato se deve ao interesse da classe dominante investir valores menores aos salários dos professores.  O ensino primário e normal começa a receber atenção e contribuem para a queda do analfabetismo. O ensino secundário passou a ter três objetivos formar a personalidade integral do adolescente, acentuar e elevar a consciência patriótica e a consciência humanitária da preparação intelectual geral para estudos educativos. O governo propôs a criação de escolas técnicas agrícolas com o objetivo de fixar os filhos dos colonos ao trabalho rural.

   Período: 1945-1964
   Vargas começou a reorganizar as medidas democráticas para aproximação com a camada popular com interesse de permanecer no poder inicia a reabertura política concedendo eleições, anistias, liberdade de imprensa e a legalização dos partidos políticos. Na década de 50 e 60 começou o incentivo para que o povo participasse da cultura e da política. Nesse tempo a cultura popular traz grandes contribuições como a Bossa Nova, o Cinema novo e a conquista da Copa do Mundo de Futebol.
    A educação recuperou o princípio: “educação é um direito de todos” que havia sido abolido na constituição Ditatorial. Em 1959 o manifesto dos educadores não se preocupou com as questões didáticas e pedagógicas, mas deu ênfase as questões políticas, favorável ao ensino público e privado, mas que as verbas fossem dirigidas para as escolas públicas. A campanha de defesa da escola pública se volta para regiões interioranas do Brasil.
   São criados movimentos de educação destinados à alfabetização de adultos. A obra de Paulo Freire desenvolve uma pedagogia libertadora e conscientizadora voltada para os excluídos, partindo do princípio que a educação é um ato político que inova por pensar numa educação voltada para a construção do conhecimento na sua origem.

   PERÍODO: 1964-1985
   Neste período de ditadura militar de 1964 a 1985 reflete os problemas provocados pelo autoritarismo provocado em todos os setores da sociedade. Volta à censura em todos os setores da sociedade. A pobreza e a miserabilidade alta nas áreas urbanas surgem sérios problemas sociais. Também ocorrem torturas, mortes, desaparecimentos e “suicídios praticados contra quem ousasse fazer oposição ao governo”.
   Em 1969 a ditadura coloca como subversivas as organizações como a UNE (união nacional de estudantes), ficando proibidos qualquer manifestação política de estudantes, professores e funcionários.
   Não existem projetos de educação o modelo continua assistencialista e excludente.
   É criado o MOBRAL (movimento brasileiro de Alfabetização e) a Cruzada ABC (ação básica cristã) a fim de possibilitar o controle político da população analfabeta modelando-os para o trabalho disciplinado e competente para seguir as ordens técnicas, apagando da história as ideias de Paulo Freire que foi considerado subversivo e foi exilado do país.
   O modelo tecnicista visa adequar a escola para as necessidades da sociedade industrial e tecnológica. O objetivo da educação racionalista passa a ser organização, planejamento, objetividade, produtividade e eficiência. O aluno passa a ser expectador que realiza somente as tarefas solicitadas e aprende a dar as respostas decoradas e de acordo com objetivos pré-estabelecidos. A educação visa somente à produção de mão-de-obra não pensante, quer a segurança formando cidadãos conscientes do civismo através das disciplinas de Educação Moral e Cívica e OSPB (organização social política brasileira), e comunidades visando criar conselhos que sirvam a empresários e mestres.
   É criado o vestibular classificatório. O critério deixa de ser a nota e passa a ser o número de candidatos relativos às vagas disponíveis. Unifica os vestibulares e aglutina faculdades a fim de reduzir gastos e conseguir maior eficiência e produtividade. As universidades perdem autonomia, pois os reitores não precisam estar ligados ao corpo da universidade. Nessa época também se institui o sistema de créditos que possibilita a matrícula por disciplina.
   Pela LDBEN 5692/71 é uma reforma utilitária e discriminatória já que não prevê a ascensão social. A reforma do 1° e 2° grau é imposta sem a consulta de professores e alunos, apesar da expansão da obrigatoriedade o número da demanda é muito maior do que os recursos materiais e humanos aumentando o analfabetismo e a evasão escolar e novamente provoca a desigualdade social.

   CONSIDERAÇÕES FINAIS
   É impossível pensar em educação sem pensar em mudanças históricas, sociais e humanas e dentro deste contexto percebe-se que o Brasil pouco evoluiu em todas essas áreas no período relatado acima. Sem priorizar educação fica impossível o desenvolvimento humano que leva ao desenvolvimento social para que assim possam acontecer mudanças positivas históricas.
   Se o professor ensina como aprendeu, é difícil haver mudanças, pois está enraizado nele a evolução não acontece em sala de aula e continua a ditadura de uma maneira mais suave, mas ditadura onde o professor é o detentor do saber e deposita o conhecimento e o aluno repete, decora e memoriza.
   É preciso que o professor mude a postura e veja o aluno não como um banco em que se faz depósitos fragmentados de saber, com a mudança desta prática deixariam de ter a divisão e exclusão social. A escola precisa ser um local onde se aprende pesquisa e dissemina onde se tem direito a vida, esperança, imaginação, luta e indignação; levando professores e alunos a atuarem criticamente no presente e não no futuro distante fora da escola.
   O aluno é o produto da escola, para isso é preciso adequar a escola as necessidades dos alunos, na busca de um sistema educativo capaz de promover a justiça e inclusão social, garantindo o direito do estudante a uma educação de qualidade, mais justa e inclusiva.

TERRITORIALIDADE NA ARTE


Claudia Tedesco da Rocha

Resumo: O artigo visa à pesquisa do estudo da arte na escola pode levar os alunos a valorizarem o ambiente em que vivem, estudando obras que remetem a território, retratos e fotografias. O quanto este conhecimento pode desenvolver o senso crítico para que estes se desfaçam de estereótipos e os levem a descobrir a cultura popular de sua comunidade. Tendo como objetivo maior através de experimentações o quanto podem e devem ser os protagonistas de sua própria história e de sua comunidade, em vez de acreditarem que a melhor saída é trabalhar e se sustentar para poderem ir embora.

Palavras-chave: estereótipo, território, cultura popular, protagonismo.

INTRODUÇÃO
O assunto deste artigo tem por objetivo conhecer uma realidade de periferia sem infraestrutura e perceber até onde a arte pode levar os alunos envolvidos a não renegarem sua origem, olhar com outro olhar o território que os circunda, ajudando a desmistificar os estereótipos que os rotula, descobrir na comunidade resquícios da cultura popular e a tornarem-se protagonistas de sua história e de sua comunidade baseando este trabalho nas obras: Retirantes, de 1944. Óleo sobre tela, de Candido Portinari. Operários, de 1933. Óleo sobre tela, de Tarsila do Amaral. Samba, de 1925. Óleo sobre tela, de Emiliano Di Cavalcanti, Samba, de 1956. Óleo sobre tela, de Candido Portinari, Marat (Sebastião), 2008. Fotografia da Série Imagem de lixo, de Vik Muniz. Série “Marcado, 1981-1983, fotografia (políptico), de Cláudia Andujar, Campanha de Vacinação contra pólio em Gof Gudod, região de Baldoa, Somália, 2001”. Fotografia da Série Êxodos, de Sebastião Salgado, Imagem retirada do site Fototeca, fotografia do desfile de carnaval do Rio de Janeiro. Anúncio publicitário de cerveja e Alunos da Associação Escola Indígena Tuyuka Utapinorona (AEITU).
 Figura 1 –Esc. Est. De Ens. Fund Olaria Daudt


DESENVOLVIMENTO
A arte pode proporcionar aos alunos uma sensibilização e melhorar a autoestima, levando em conta que estão inseridos em um bairro de periferia sem infraestrutura de lazer e sem agentes promotores de cultura.
A escola juntamente com a disciplina de arte proporciona a sensibilização e melhora a autoestima quando faz com que os alunos avaliem sua realidade territorial com um olhar diferenciado, criem e aprendem técnicas, conheçam a cultura popular e desmistifiquem os estereótipos dos quais são reféns.
Anamélia Bueno Buoro, no livro: Olhos que pintam, a leitura de imagem e o ensino da arte (2002), destaca a necessidade da educação do olhar. Este olhar deve ser trabalhado para que se torne um olhar atento, que instigue e questione envolvendo todos os sentidos. Este processo é vagaroso e longo, pois busca respostas quanto à materialidade e compreensão do texto visual dentro de seu contexto, não podendo ser considerada uma ilustração do conjunto. Enfatiza a importância de conhecer a historia da arte para a que ocorra a compreensão da obra no contexto em que ocorreu a produção o que possibilita uma educação crítica e uma formação cultural. Ressalta que o professor de arte seja o mediador entre o aluno e a obra, explorando elementos formais que a obra mostra, integrado com o que o aluno vê, articulando com a linguagem que produz o conhecimento, a expressão e a informação.
Os alunos sentem prazer ao realizar experimentações em artes, usam os períodos de artes como momentos de se expressarem e estimularem a criatividade.
cabe à arte-educador proporcionar além do espaço de criação espaços de reflexão e ressignificação que contemplem o estudo da cultura popular brasileira e realizar conexões com as presentes na comunidade.
Realizar inserções no território onde os alunos estão inseridos e ao mesmo tempo percorrer os territórios da arte percebendo o quanto este influenciou ou influencia o artista. A partir disto contextualizar as obras presentes nas pranchas percorrendo caminhos desconhecidos relacionando com a vida simples dos alunos para poder realizar movimentos de descobertas dobrando e desdobrando estas realidades de forma contínua durante todo o percurso.
Desmistificar os estereótipos enraizados na comunidade, de que quase ninguém consegue ir além do ensino fundamental, que frequentar uma universidade não é para eles e que a grande maioria só servirá para trabalhar a construção civil ou como empregada doméstica.
A condição peculiar de desenvolvimento deve ser compreendida em relação às necessidades que advém do processo de maturação física e psicológica a que se encontram submetidos crianças e adolescentes, bem como ao de sua inserção na trama de relações e práticas sociais, através do processo de socialização. (PINHEIRO, 2001, p. 58)
A arte consegue realizar ao longo do tempo com os alunos uma organização mental, e desenvolvendo a capacidade de resolver problemas, acredito assim que ao trabalhar com as obras citadas acima, eles poderão ao longo do tempo tornarem-se protagonistas de sua história e de sua comunidade, podendo então modificar o seu entorno.

CONCLUSÃO
É necessário educar o olhar, para possibilitar diversas formas de leitura seja da arte ou do cotidiano para que o aluno possa compreender e analisar a linguagem visual e assim utilizar a criticidade para mudar o seu entorno.
Estimular o aluno para que ele vive dentro da escola ultrapasse seus muros, ajudando-o a resolver seus problemas, a conhecer culturas e a se utilizar das formas de expressão para conseguir sanar suas dificuldades e necessidades do local onde esta inserido.
O arte-educador precisa estar preparado para explorar o inusitado, disposto a aprender, descobrir novos caminhos e estimular a imaginação e criatividade dos alunos.

REFERÊNCIAS

BUORO, Anamélia Bueno, Olhos que pintam, a leitura de imagem e o ensino da arte. São Paulo; Educ / Fapesp / Cortez, 2002.

PINHEIRO, Ângela Alencar Araripe. A criança e o adolescente no cenário da democratização; representações sociais em disputa. Fortaleza; 2001. Tese de Doutorado Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal do Ceará.

JOGO


Baseado   na   prancha   construída   por  mim,   que   aborda   duas   obras  modernas e duas contemporâneas foi criado um baralho com 52 cartas, em  que podem ser feitas diversas associações e permitem a ampliação através da  inclusão de mais obras ou palavras que se relacionem com as mesmas. 
É preciso que os alunos tenham tido pelo menos uma vez acesso às  obras para que possam utilizar o jogo. Os artistas e obras do jogo são: 
 •   Candido Portinari e a Obra Retirantes de 1944 
 •   Yanagi Yukinori e a Obra Eurasia de 2000/2001 
 •   Tarsila do Amaral e a Obra Operários de 1933. 
 •   Vik Muniz e a Obra Marat (Sebastião) de 2008  

Materiais: 







52 cartas em papel branco e firme coberto com plástico autocolante para  aumentar a durabilidade. 


Objetivos: 
Inspirar o interesse pela arte de forma lúdica, competitiva e divertida,  levando em conta desenvolvimento cultural e social do aluno e fortalecendo a  formação do cidadão através da reflexão. 
Ampliar o repertório estético. 
Memorizar as obras trabalhadas.  
Reconhecer materiais, suportes e artistas. 
Distinguir palavras chaves relativas às obras. 
Perceber que palavras chaves podem ser encaixadas em mais de uma  obra. 

Regras do jogo:  
•   Cada baralho permite até quatro jogadores. 
•   Um dos participantes embaralha as cartas e distribui nove para cada  jogador. 
•  As cartas que restarem deverão ser colocadas no centro da mesa com a  face voltada para baixo, que servirá para que os participantes comprem   as cartas. 
•   Os   participantes   devem   analisa  r  as   cartas   recebidas   e   fazerem   as  associações   possíveis   como:  obra,   artista,   suporte,   palavras   chaves,  período, ano. 
•   O participante que estiver do lado esquerdo começa comprando uma  carta do monte. Depois escolhe uma para ser descartada. O próximo  participante pode escolher entre a carta descartada ou comprar uma e   assim sucessivamente. 
•  Cada jogador que formar três associações deverá largar na mesa para  que os outros analisem se está correta.  
•  Para ganhar o jogo o participante precisa completar as três associações.  
•  Quando   o   participante   estive   r  esperando   para   formar  a   última   associação   ele   pode   aproveitar  a   carta   descartada   por  qualquer  participante. 
•  O jogo deve seguir em frente até que todos os participantes consigam  realizar as associações. 
•  Será   vencedor   do   jogo   o   participante   que   após   as   quatro   rodadas  
obtiverem o maior número de pontos, sendo que em cada rodada o  primeiro que terminar ganha dez pontos, o segundo ganha sete pontos e  o terceiro quatro pontos. 


OBJETOS PROPOSITORES


JANELAS INVERSAS


 A instalação propõe pensar o espaço numa situação inversa, em que o  espectador   só   possa   ver   de   fora   para   dentro   a   fim   de   potencializar  pensamentos de interior e exterior, espaço ocupado e através das cores refletir  sobre os vários pontos de vista que um mesmo céu  pode ter.  
A intenção da instalação é pensar o espaço do pátio escolar, pensar as  formas   fechadas   e   os   empecilhos   e   restrições   que   são   impostas   pela  ocupação. Oferecer aos envolvidos possibilidades de refletir sobre cores e o  céu, criando oralmente novas possibilidades de aquisição de conhecimentos,  promoção de sentimentos e entendimento da experiência. 


Material: 
Papelão 
Celofane de várias cores 
Tecido 


                                                  Inversas janelas 
Casa é o mundo. 
Pela janela o interior 
Interior do ser 
Interior o ter 
Interior do saber 
Ser o que? 
Ter o que? 
Saber o que? 
Imerso no mundo. 
Submerso no eu. 
Mergulhado em sonhos velhos. 
Vidraças embaçadas. 
Mágoas pintadas. 
Ranço encruado. 
Vidraça, vidro, janela espelho de alma. 
Janela que mostra 
Meu horizonte. 


Céu  em Cores 

Através de a janela perceber o céu, ver e rever em cores. Ampliar o olhar  para diversas faces de um mesmo céu captando detalhes, observando  sombras, possibilitando ainda ver e ser visto em cores por espectadores em  outras janelas. Circular   pelas   janelas,   podendo   somente   ver   de   fora   para   dentro,  obstruindo o adentrar, tocar.  
Olho na vidraça. 
Vidraça no olho. 

Referências  eletrônicas: 
http://www.celipoesias.net/textos-reflexao/janelas-da-vida09.htm 
http://pt.shvoong.com/humanities/1690034-jos%C3%A9-saramago-em-janela- 
da/ 
http://www.ensaiosababelados.com.br/janela-indiscreta-e-o-panoptico/  
http://www.youtube.com/watch?v=EyOcrtCwekM 
http://pt.shvoong.com/humanities/1690034-jos%C3%A9-saramago-em-janela-
da/#ixzz1z335QCFt  
http://www.pucsp.br/artecidade/novo/ac1/20.htm  














FILME DOCUMENTAL: PINA


Pina é um documentário sobre Pina Bausch de Wim Wenders, com o Tanztheater Wuppertal; comovente que mostra a obra da bailarina alemã que faleceu em 2009, ele mostra as coreografias de palco e de cidade que realizou, abordando sua vida através de suas criações.
Fundamentalmente o documentário trata do quanto o olhar é importante e que a dança é uma forma de expressão. O documentário trata sobre a dança e tem os depoimentos são de ex-alunos que falam pouco, mas mostram pelo olhar e pelas expressões faciais a admiração pela artista.  Dançam com vigor e beleza que em momentos parece que estamos na plateia do teatro pelo impacto dos movimentos.
No documentário a cenografia é a composição que preenche o espaço tridimensional utilizando a luz, cor, e objetos que contribuem para o equilíbrio e desequilíbrio dos movimentos dos bailarinos.
Os cenários são realizados com materiais do cotidiano urbano e reais tais como: cortinas, cadeiras, mesas, terra, portas, ferro, pontes, janelas, pedra, água entre outros que se unem com os movimentos e com a música, inclusive nas cenas ao ar livre.
 O espaço do teatro é ocupado por uma enorme pedra, água, terra que sai do cenário da rua para ser incorporado a cenografia assim como Marcel Duchamp que propõe uma relação dos bailarinos com o objeto, bem como o deslocamento dos bailarinos para ambientes em que a música não está presente como a rua.
O espaço ocupado pelos elementos que formam o cenário não restringe o espaço da dança deixando a coreografia harmônica, mostrando nostalgia, suavidade em determinados momentos.
A luz exerce a função de construção de climas emocionais e expressão, auxiliando e complementando os movimentos dos bailarinos, bem como a cor que destaca os elementos do cenário e provoca sensações construindo uma composição estética.
Em momentos o palco dá impressão de infinito, estende-se além com as projeções realizadas.
Assim como no dadaísmo que tinha como característica principal romper com as formas tradicionais de arte, o documentário também o faz, quando apresenta a vida da coreógrafa através de suas obras e não por sua biografia.
Assim como o dadaísmo surgiu em um café em Zurique e questionava o conceito de arte, o cenário da cafeteria vazia também questiona o espaço da dança, pois as cadeiras fazem parte do espetáculo e interagem com os bailarinos quando precisam ser retiradas ou derrubadas para dar continuidade.
O surrealismo foi um movimento questionava as crenças culturais, e a postura diante da realidade humana, bem como os movimentos convulsivos dos bailarinos sobre a terra, como se a força da dança fosse pulsante na terra.
É possível também observar na cenografia um ambiente minimalista que o deixa triste, frio e rígido que se contrapõem com a energia vigorosa dos bailarinos cuja respiração é possível escutarem, e ao mesmo tempo em que promove uma proximidade com o público que observa os mínimos gestos e olhares.

Referências Eletrônicas:
http://epilogosepigrafes.wordpress.com/2012/05/14/048-pina-wim-wenders/

CENOGRAFIA


A cenografia consiste no projeto e composição dos elementos cênicos  de um espetáculo teatral, cinematográfico ou televisivo. 
A cenografia é formada por elementos das artes visuais tais como: cor,  textura, estilo, luz, pintura, desenho, gravura, fotografia e, forma que tem como  objetivo caracterizar e ambientar a sinopse, a cenografia delimita o espaço do  palco tridimensionalmente sendo um elemento visual do espetáculo.  
 Na   cenografia   a   luz   é   um   precioso   elemento   em   sua   composição,  provoca a cor e suas nuances, contrastes, e a profundidade que são elementos  favorecedores da unidade entre o espetáculo e o cenário. 
Como nas Artes Visuais a cenografia também precisa ter a compreensão  à cerca de um espaço, espaço este que deve ser ocupado, com a criação e  uso de elementos visuais. No espetáculo, a cenografia é um elemento visual,  assim como o figurino, o som, a montagem, os efeitos especiais e tudo isso  para compor imagens. 
As relações entre a cenografia e artes visuais estão intimamente ligadas,  pois as composições cenográficas utilizam os elementos e períodos das artes  visuais   para   sua   composição.   Este   trabalho   exige   do   cenógrafo   estes  conhecimentos, que junto com o diretor e a sinopse resultam na escolha do  estilo e dos elementos para a composição.  
Em   um   espetáculo   teatral   percebemos   que   muitos   elementos   fazem  parte   da   cenografia   como   os   atores,   figurino,   iluminação   e   sonoplastia.   A  cenografia  se  diferencia  do  cenário  teatral,   pois  evidencia a  decoração do  ambiente, enquanto a cenografia é a arte de organizar o espaço cênico, com a  função   de   mostrar   o   espaço   dramático   da   apresentação   da   cena.  Ultrapassando   a   ornamentação   para   ser   um   trabalho   de   criação   e  desenvolvimento do cenário e sua atmosfera para o espetáculo. 


ARTES VISUAIS E INSTALAÇÃO


O termo instalação foi incorporado às artes visuais na década de 60 para designar um ambiente construído em espaços de galerias e museus. Existem dificuldades para definir o termo, desta produção artística que pretende construir com os mais diversos materiais um ambiente ou cena cujo movimento é constituído pelas relações entre objetos, construções e o espectador. Para a apreensão da obra é preciso transitar por ela ou na volta, pois assim explora a relação da obra com o espaço e consigo mesmo.
A instalação não possibilita ser rotulada, pois admite muitas possibilidades de suportes e várias possibilidades de realização, sendo bem aceita na contemporaneidade que tem como uma de suas particularidades o estudo do espaço e do tempo, podendo ser volátil e passageira, absorvendo o espaço onde se encontra, ao mesmo tempo em que descontrói o mesmo espaço que se apropria enquanto é obra.
Ela é uma verdade espacial como construção em determinado lugar e tempo, ao mesmo tempo em que é efêmera e passageira, ao apreciar a obra ela se materializa como recordação e torna-se definitiva apenas na memória. A instalação torna-se um espelho do tempo, quando questiona o homem deste determinado tempo e sua influencia mútua, só fazendo sentido se for analisada em seu tempo e espaço.
A instalação permanece em destaque, porem tornou-se mais multimídia, espetaculosa e propõe uma maior interatividade com o espectador. Propicia a utilização de várias linguagens que proporciona que o espectador seja parte integrante da obra e que sem sua presença a obra não obtém sua culminância, a participação proporciona ao espectador mexer com seus sentidos e ou provocar sensações.
Site especific ou sítio especifico, refere-se a obras criadas para determinados espaços de acordo com o ambiente que pode ser galerias de arte, ambientes naturais ou urbanos e que estas obras conversem com o espaço ou incorporem-se a eles. Em geral são trabalhos planejados em que os elementos dialoguem com o que os circunda. A produção contemporânea é voltada para o espaço em que será inserida, inaugurando assim uma nova relação chamada land art (arte da terra) que passa a ideia geral de arte fisicamente acessível que muda a paisagem de modo permanente ou temporário.
Em artes visuais o termo performance considera muitos trabalhos como a escultura, a pintura, dança teatro e música em que o corpo é parte constituinte da obra como suporte de atuação.  Os artistas procuram uma aproximação entre a arte e a vida. A performance serviu como meio de contestação e afronta a prol da liberdade de expressão.
Happening tem características das artes cênicas, mas incorpora elementos de improvisação e geralmente envolve a participação direta ou indireta do espectador, tem uma estrutura flexível cadenciada pela espontaneidade.

Hélio Oiticica

Biografia
            Hélio Oiticica nasceu no Rio de Janeiro em 26 de julho de 1937 e faleceu em 22 de março de 1980.
            Artista, performático, pintor e escultor, participa do Grupo Frente entre 1955 e 1956 e em 1959 passa a integrar o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis.
            Em 1964, começa a fazer as chamadas Manifestações Ambientais, onde realiza uma manifestação coletiva em frente ao museu, na qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistas.
            Participa das mostras do Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira apresentando nesta última a Manifestação Ambiental Tropicália. Em 1968, realiza no Aterro do Flamengo a manifestação coletiva com seus Parangolés e os Ovos de Lígia Pape.
Em 1969, realiza em Londres, o que chama de Whitechapel Experience, apresentando o projeto Éden Vive em Nova York.
Retorna ao Brasil em 1978.
Após seu falecimento em 1981, é criado o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar, analisar e divulgar sua obra.

Imagens
Relevo Espacial, 1959 
                                                    óleo sobre madeira. 

                                                     Núcleo NC 6, 1960 - 1963
                                                              pintura sobre madeira recortada.

              Penetrável PN1 Penetrável PN1, Homenagem a Mário Pedrosa, 1960
                                                                        204 x 150 x 150 cm. 

                                          Bólide, exata 1963 - 1964
                                    madeira pintada, brita, vidro e tela de arame
                                                                 22 x 21 x 50 cm. 

                                                Parangolé P1, Capa 1, 1964
                                                                        plástico e tecido
                                                                     150 x 110 x 20 cm. 

                                                         Tropicália, 1967
                          plantas, areia, pedras, araras, aparelho de televisão, tecido e madeira.

                                                                   Ninhos, 1969
                                                       Projeto Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, RJ).

                                                                  Éden, 1969 
                                     Projeto Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, RJ).

                       Invenção da Cor (maquete para Penetrável Magic Square 3), 1977. 

Cenografia é a arte de projetar e executar cenários no espaço tridimensional para espetáculo teatral, cinematográfico ou televisivo, sendo parte importante do espetáculo, enquanto a instalação é uma produção artística que pretende construir relações com o ambiente, os objetos e o público.
Em ambos os casos é possível utilizar os mais diversos materiais e os elementos das artes visuais como cor, textura, estilo, luz, pintura, fotografia e forma que na cenografia o objetivo é caracterizar e ambientar a sinopse, delimitar o espaço do palco e ser um elemento visual do espetáculo, enquanto na instalação os elementos e materiais absorvem o espaço e se apropriam dele para a construção da obra.
A cenografia é construída para que um determinado grupo ocupar o espaço e apresentar o espetáculo para o público, já na instalação o espectador precisa transitar e explorar a obra para que haja a apreensão.
Assim como as instalações as cenografias são tridimensionais, não se prendem a espaços físicos fechados, mas a instalação propícia à interação e intervenção do público.
As relações entre cenografia e instalação estão intimamente ligadas, pois utilizam os elementos e períodos das artes visuais em suas composições. A cenografia exige do cenógrafo estes conhecimentos que junto ao diretor e a sinopse resultam na escolha do estilo e dos elementos para a composição, enquanto a instalação o artista pode trabalhar sem a intervenção de outras pessoas.
A cenografia faz parte de um espetáculo teatral, televisivo ou cinematográfico, é um elemento importante junto com atores, figurino, iluminação e sonoplastia, já a instalação não precisa ter todos esses elementos para ser uma obra.
Na cenografia a luz é um elemento precioso em sua composição provocando a cor e suas nuances, contrastes e a profundidade que são elementos favorecedores da unidade entre espetáculo e o cenário, enquanto na instalação a luz pode ser utilizada, mas não é um elemento imprescindível.
A cenografia precisa compreender a cerca de um espaço que deve ser ocupado com a criação e uso dos elementos visuais. No espetáculo a cenografia é um elemento visual, enquanto na instalação ela é o elemento visual.

Referências Eletrônicas:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2020&cd_item=1&cd_idioma=28555