Túnel do Tempo
A
época era marcada por avanços científicos, tecnológicos e muitas mudanças
comportamentais.
A
imprensa ganha espaço levando informações a todos os cantos do Brasil atingindo
uma efervescência cultural na música, cinema e teatro. Também haviam iniciado
as transmissões televisivas o que gerava modificações nas telecomunicações, já
estavam em órbita o satélite Sputinik e a cadela Laika.
Muitos
conflitos internacionais como a Guerra fria, Revolução Cubana e a Guerra do
Vietnã aconteciam.
O Brasil governado por Juscelino Kubitschek de Oliveira, presidente que
proporcionava desenvolvimento econômico, estabilidade política, inovação e construía
em torno de si simpatia e confiança do povo.
O Manifesto Neoconcreto
Publicado em 1959 no Suplemento Dominical do Jornal
do Brasil.
Atende a abertura da 1ª Exposição de Arte
Neoconcreta.
No Museu Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Demonstra a distância entre os concretistas de São
Paulo.
Iniciando o domingo com a leitura do Manifesto
observo que o Neoconcreto é um movimento nascido no Rio de Janeiro em reação ao
concretismo tradicional, liderado por Ferreira Gullar e o jornalista Reynaldo
Jardim e Theon Spanudis.
Os artistas da exposição trabalham no campo da
pintura, escultura, gravura e literatura revendo as posições teóricas que
adotaram até então sobre arte concreta, pois para eles nenhuma compreende com
satisfação as possibilidades expressivas.
O neoconcreto nasce de uma necessidade de exprimir a
complexa realidade do homem moderno, como um quase-corpus, onde a realidade não
se esgota nas relações exteriores de seus elementos, um ser que decomponível em
partes pela análise, só se dá pela plenamente à abordagem direta,
fenomenológica.
A obra de arte transcende ao fundar nela uma
significação nova em que as noções de tempo, espaço, forma, estrutura, cor, etc
não são suficientes para compreendê-la e dar conta de sua realidade.
De
posse do manifesto e da máquina
fotográfica
Visito a exposição.
Ao iniciar a semana, carrego
comigo vários exemplares do suplemento dominical com o Manifesto Neoconcreto e
com fotografias das obras da exposição para onde vou, independente de com quem
vou.
1ª AULA
Após lermos e observamos
atentamente as fotografias dialogamos sobre:
As posições teóricas
adotadas pela arte concreta foram revistas no neoconcretismo e de que forma?
Que novo espaço foi
construído pelo neoconcreto?
O que os artistas nos dizem
com a afirmação: “ Não concebemos a obra de arte nem como “máquina” nem como
“objeto”, mas como um quasi-corpus, isto é, um ser cuja realidade não se esgota
nas relações exteriores de seus elementos; um ser que, decomponível em partes
pela análise, só se dá plenamente à abordagem direta, fenomenológica.
“Como entendemos:” Entenda-se por
espacialização da obra o fato de que ela está sempre se fazendo presente, está
sempre recomeçando o impulso que a gerou e de que ela era já a origem. E se
essa descrição nos remete igualmente à experiência primeira - plena - do real,
é que a arte neoconcreta não pretende nada menos que reacender essa
experiência. A arte neoconcreta funda um novo “espaço” expressivo.”
A página na poesia
neoconcreta é a espacialização do tempo verbal: é pausa, silêncio, tempo. É
possível visualizarmos mentalmente esta frase?
O que significa a
independência da criação artística em expressão do conhecimento prático?
2ª AULA
Solicitei aos alunos que
tragam para a próxima aula materiais que tratem do assunto e de assuntos relacionados, nas mais diversas
fontes de comunicação.
Levei estas imagens para a
sala, para que construíssemos uma linha de tempo, a fim de melhor entender o
neoconcreto.
O
dadaísmo surgiu no ano de 1916, por iniciativa de um grupo de artistas que,
descrentes de uma sociedade que consideravam responsável pelos estragos da
Primeira Guerra Mundial, decidiram romper deliberadamente com todos os valores
e princípios estabelecidos por ela anteriormente, inclusive os artísticos. A
própria palavra dadá não tem outro significado senão a própria falta de
significado, sendo um exemplo da essência desse movimento iconoclasta.
Metamorfose -
Salvador Dalí
O
surrealismo surgiu na França na década de 1920. Este movimento foi
significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Sigmund Freud,
que mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano.
De
acordo com Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos
padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos
sonhos e as informações do inconsciente. O pai da psicanálise, não segue os
valores sociais da burguesia
como, por exemplo, o status, a família e a pátria.
O
marco de início do surrealismo foi a publicação do Manifesto Surrealista, feito
pelo poeta e psiquiatra francês André Breton, em 1924. Neste manifesto, foram
declarados os principais princípios do movimento surrealista: ausência da
lógica, adoção de uma realidade "maravilhosa" (superior), exaltação
da liberdade de criação, entre outros.
Os
artistas ligados ao surrealismo, além de rejeitarem os valores ditados pela
burguesia, vão criar obras repletas de humor, sonhos, utopias e qualquer
informação contrária a lógica
Composição com
vermelho, amarelo e azul,
ano de 1921, de Piet Mondrian
Seu
nome verdadeiro era Pieter Cornelius Mondrian. Líder dos construtivistas
holandeses, desenvolveu, desde 1907 até inícios dos anos de 1920, um novo
conceito artístico radical, que propunha a abstração e a redução dos elementos
da realidade a uma linguagem formal estritamente geométrica, limitada à
representação de linhas horizontais e verticais e à utilização das cores
básicas vermelho, azul e amarelo combinadas com preto, cinzento e branco. As
raízes artísticas de Mondrian fundam-se no expressionismo e no simbolismo, cuja
influência recebera. Fundou o grupo De Stijl com Theo van Doesburg. A exata
concepção de arte defendida pelo grupo, denominada neoplasticismo, era para
Mondrian a expressão de um modo de vida: a pintura devia mostrar o caminho para
um mundo organizado pela harmonia.
Além
das referências acima, apresentei os artistas do Grupo Ruptura e do Grupo
Frente:
Waldemar Cordeiro. Movimento, 1951.
Geraldo de Barros.
Função Diagonal, 1952
Luis Sacilotto. Vibrações Verticais,
1952
Anatol Wladyslaw. Abstrato,
1950
Lothar Charoux. Abstrato Geométrico,
1952
Kazmer Féjer. Escultura em cristal,
1956
Ivan Serpa. Construção Nº 75, 1955
Aluísio Carvão, Composição ,
1953
Lygia
Pape, Pintura em Preto e Vermelho, 1954-1956
Abraham Palatnik, Sequência com Intervalos , 1954
Franz Weissmann, Três Cubos Virtuais,
1957
Hélio Oiticica. Metaesquema,
1958
Lygia Clark, Plano em superfícies
moduladas nº 2, 1956
Diante de obras, pensar
sobre:
Conceitos:
Dadaísmo
Surrealismo
Abstração
Arte Concreta
Arte Neoconcreta
O que difere o Grupo Frente
do Grupo Ruptura?
Será que a exposição
provocará mudanças na Arte brasileira?
3ª AULA
Com os matérias da aula
anterior construir uma linha de tempo com as obras e os conceitos discutidos na
aula anterior.
A construção será coletiva
com os materiais dos alunos e da professora, onde serão fixados as obras e os conceitos
encaixados juntamente na parte inferior da linha de tempo e na parte superior
serão colocados acontecimentos históricos brasileiros e mundiais que sejam
relevantes para o estudo.
Após a realização da tarefa será
organizada a visita a exposição. De posse dos conceitos e da apropriação das
obras falaremos sobre o que há para ser visto; o que esperam;
E novamente a pergunta:
Será que a exposição muda o cenário
da Arte no Brasil?
4ª AULA
Ao
visitarmos a exposição
Chamo
a atenção dos alunos ao que oferece:
A arte como informação social.
A arte como produção.
Princípios geométricos e a teoria da forma, a priori.
A arte materialista e tecnicista, onde a obra se mostra construção,
máquina ou objeto.
A subjetividade e arte experimental
A arte como criação.
A sensibilidade da geometria como forma de expressão.
Existencialista, o
sujeito participa da obra.
Refletimos
em torno dos seguintes questionamentos:
O que fez surgir o
neoconcreto?
Que sensações as obras
provocam?
As obras expostas atendem ao
Manifesto?
O que os artistas querem
dizer com obras “quase-corpus”?
O que o grupo de artistas
quer mostrar na exposição?
5ª AULA
Após
sorver os conhecimentos e indagações da exposição, retornamos ao ambiente
escolar para debatermos nossas conclusões e nossas novas indagações;
O
que realmente difere uma obra neo concreta é a obra em si ou o posicionamento
do artista?
Onde
entra a participação do expectador? A que ponto ele pode interferir na obra?
Ele é parte dela no momento em que a toca?
A
arte neoconcreta deixa de lado o emocional e passa a reagir pelo pensamento?
O
neoconcreto permite a experimentação de forma livre?
Que linguagem
é universal? Se temos tantos contextos históricos ocorrendo no mundo?
O
que fez um artista concreto tornar-se neoconcreto?
6ª
AULA
Produção
artística fundamentada nas obras da exposição, com materiais diversos a
critério do aluno.
A
produção deverá contemplar:
Título
Representar
o movimento neoconcreto
Conter
um Manifesto sobre a produção
Fontes
consultadas:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=marcos_texto&cd_verbete=337
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=marcos_texto&cd_verbete=336
http://pt.shvoong.com/humanities/history/1651216-d%C3%A9cada-50-populismo-metas-desevolvimentistas/
http://www.suapesquisa.com/musicacultura/anos_50.htm