15 de maio de 2012


Túnel do Tempo
A época era marcada por avanços científicos, tecnológicos e muitas mudanças comportamentais.
A imprensa ganha espaço levando informações a todos os cantos do Brasil atingindo uma efervescência cultural na música, cinema e teatro. Também haviam iniciado as transmissões televisivas o que gerava modificações nas telecomunicações, já estavam em órbita o satélite Sputinik e a cadela Laika.
Muitos conflitos internacionais como a Guerra fria, Revolução Cubana e a Guerra do Vietnã aconteciam.
O Brasil governado por Juscelino Kubitschek de Oliveira, presidente que proporcionava desenvolvimento econômico, estabilidade política, inovação e construía em torno de si simpatia e confiança do povo.

O Manifesto Neoconcreto
Publicado em 1959 no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil.
Atende a abertura da 1ª Exposição de Arte Neoconcreta.
No Museu Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Demonstra a distância entre os concretistas de São Paulo.
Iniciando o domingo com a leitura do Manifesto observo que o Neoconcreto é um movimento nascido no Rio de Janeiro em reação ao concretismo tradicional, liderado por Ferreira Gullar e o jornalista Reynaldo Jardim e Theon Spanudis.
Os artistas da exposição trabalham no campo da pintura, escultura, gravura e literatura revendo as posições teóricas que adotaram até então sobre arte concreta, pois para eles nenhuma compreende com satisfação as possibilidades expressivas.
O neoconcreto nasce de uma necessidade de exprimir a complexa realidade do homem moderno, como um quase-corpus, onde a realidade não se esgota nas relações exteriores de seus elementos, um ser que decomponível em partes pela análise, só se dá pela plenamente à abordagem direta, fenomenológica.
A obra de arte transcende ao fundar nela uma significação nova em que as noções de tempo, espaço, forma, estrutura, cor, etc não são suficientes para compreendê-la e dar conta de sua realidade.
De posse do manifesto e da  máquina fotográfica Visito a exposição.
Ao iniciar a semana, carrego comigo vários exemplares do suplemento dominical com o Manifesto Neoconcreto e com fotografias das obras da exposição para onde vou, independente de com quem vou.

1ª AULA
Após lermos e observamos atentamente as fotografias dialogamos sobre:
As posições teóricas adotadas pela arte concreta foram revistas no neoconcretismo e de que forma?
Que novo espaço foi construído pelo neoconcreto?
O que os artistas nos dizem com a afirmação: “ Não concebemos a obra de arte nem como “máquina” nem como “objeto”, mas como um quasi-corpus, isto é, um ser cuja realidade não se esgota nas relações exteriores de seus elementos; um ser que, decomponível em partes pela análise, só se dá plenamente à abordagem direta, fenomenológica.
 “Como entendemos:” Entenda-se por espacialização da obra o fato de que ela está sempre se fazendo presente, está sempre recomeçando o impulso que a gerou e de que ela era já a origem. E se essa descrição nos remete igualmente à experiência primeira - plena - do real, é que a arte neoconcreta não pretende nada menos que reacender essa experiência. A arte neoconcreta funda um novo “espaço” expressivo.”
A página na poesia neoconcreta é a espacialização do tempo verbal: é pausa, silêncio, tempo. É possível visualizarmos mentalmente esta frase?
O que significa a independência da criação artística em expressão do conhecimento prático?
            

2ª AULA
Solicitei aos alunos que tragam para a próxima aula materiais que tratem do assunto  e de assuntos relacionados, nas mais diversas fontes de comunicação.
Levei estas imagens para a sala, para que construíssemos uma linha de tempo, a fim de melhor entender o neoconcreto.
O dadaísmo surgiu no ano de 1916, por iniciativa de um grupo de artistas que, descrentes de uma sociedade que consideravam responsável pelos estragos da Primeira Guerra Mundial, decidiram romper deliberadamente com todos os valores e princípios estabelecidos por ela anteriormente, inclusive os artísticos. A própria palavra dadá não tem outro significado senão a própria falta de significado, sendo um exemplo da essência desse movimento iconoclasta.
 Metamorfose - Salvador Dalí
O surrealismo surgiu na França na década de 1920. Este movimento foi significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Sigmund Freud, que mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano.
 De acordo com Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e as informações do inconsciente. O pai da psicanálise, não segue os valores sociais da burguesia como, por exemplo, o status, a família e a pátria.
O marco de início do surrealismo foi a publicação do Manifesto Surrealista, feito pelo poeta e psiquiatra francês André Breton, em 1924. Neste manifesto, foram declarados os principais princípios do movimento surrealista: ausência da lógica, adoção de uma realidade "maravilhosa" (superior), exaltação da liberdade de criação, entre outros.
Os artistas ligados ao surrealismo, além de rejeitarem os valores ditados pela burguesia, vão criar obras repletas de humor, sonhos, utopias e qualquer informação contrária a lógica
 Composição com vermelho, amarelo e azul,
 ano de 1921, de Piet Mondrian
Seu nome verdadeiro era Pieter Cornelius Mondrian. Líder dos construtivistas holandeses, desenvolveu, desde 1907 até inícios dos anos de 1920, um novo conceito artístico radical, que propunha a abstração e a redução dos elementos da realidade a uma linguagem formal estritamente geométrica, limitada à representação de linhas horizontais e verticais e à utilização das cores básicas vermelho, azul e amarelo combinadas com preto, cinzento e branco. As raízes artísticas de Mondrian fundam-se no expressionismo e no simbolismo, cuja influência recebera. Fundou o grupo De Stijl com Theo van Doesburg. A exata concepção de arte defendida pelo grupo, denominada neoplasticismo, era para Mondrian a expressão de um modo de vida: a pintura devia mostrar o caminho para um mundo organizado pela harmonia.
Além das referências acima, apresentei os artistas do Grupo Ruptura e do Grupo Frente:
                                  
 Waldemar Cordeiro. Movimento, 1951.
 Geraldo de Barros. Função Diagonal, 1952
 Luis Sacilotto. Vibrações Verticais, 1952
 Anatol Wladyslaw. Abstrato, 1950
 Lothar Charoux. Abstrato Geométrico, 1952
  Kazmer Féjer. Escultura em cristal, 1956
 Ivan Serpa. Construção Nº 75, 1955
  Aluísio Carvão, Composição , 1953
  Lygia Pape, Pintura em Preto e Vermelho, 1954-1956
 Abraham Palatnik, Sequência com Intervalos , 1954
  Franz Weissmann, Três Cubos Virtuais, 1957
 Hélio Oiticica. Metaesquema, 1958
 Lygia Clark, Plano em superfícies moduladas nº 2, 1956
Diante de obras, pensar sobre:
Conceitos:
Dadaísmo
Surrealismo
Abstração
Arte Concreta
Arte Neoconcreta
O que difere o Grupo Frente do Grupo Ruptura?
Será que a exposição provocará mudanças na Arte brasileira?

3ª AULA
Com os matérias da aula anterior construir uma linha de tempo com as obras e os conceitos discutidos na aula anterior.
A construção será coletiva com os materiais dos alunos e da professora, onde serão fixados as obras e os conceitos encaixados juntamente na parte inferior da linha de tempo e na parte superior serão colocados acontecimentos históricos brasileiros e mundiais que sejam relevantes para o estudo.
Após a realização da tarefa será organizada a visita a exposição. De posse dos conceitos e da apropriação das obras falaremos sobre o que há para ser visto; o que esperam;
E novamente a pergunta:
 Será que a exposição muda o cenário da Arte no Brasil?

4ª AULA
Ao visitarmos a exposição
Chamo a atenção dos alunos ao que oferece:
A arte como informação social.
A arte como produção.
Princípios geométricos e a teoria da forma, a priori.
A arte materialista e tecnicista, onde a obra se mostra construção, máquina ou objeto.
A subjetividade e arte experimental
A arte como criação.
A sensibilidade da geometria como forma de expressão.
Existencialista, o sujeito participa da obra.
Refletimos em torno dos seguintes questionamentos:
O que fez surgir o neoconcreto?
Que sensações as obras provocam?
As obras expostas atendem ao Manifesto?
O que os artistas querem dizer com obras “quase-corpus”?
O que o grupo de artistas quer mostrar na exposição?

5ª AULA
Após sorver os conhecimentos e indagações da exposição, retornamos ao ambiente escolar para debatermos nossas conclusões e nossas novas indagações;
O que realmente difere uma obra neo concreta é a obra em si ou o posicionamento do artista?
Onde entra a participação do expectador? A que ponto ele pode interferir na obra? Ele é parte dela no momento em que a toca?
A arte neoconcreta deixa de lado o emocional e passa a reagir pelo pensamento?
O neoconcreto permite a experimentação de forma livre?
Que linguagem é universal? Se temos tantos contextos históricos ocorrendo no mundo?
O que fez um artista concreto tornar-se neoconcreto?

6ª AULA
Produção artística fundamentada nas obras da exposição, com materiais diversos a critério do aluno.
A produção deverá contemplar:
Título
Representar o movimento neoconcreto
Conter um Manifesto sobre a produção

Fontes consultadas:
http://pt.shvoong.com/humanities/history/1651216-d%C3%A9cada-50-populismo-metas-desevolvimentistas/ 
http://www.suapesquisa.com/musicacultura/anos_50.htm