16 de junho de 2013

MOCHILARTE: para percorrer e explorar territórios múltiplos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE ARTES
LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS - MODALIDADE A DISTÂNCIA


 Claudia Tedesco da Rocha

 MOCHILARTE:
Para percorrer e explorar territórios múltiplos

 Porto Alegre
2. Semestre
2012
MOCHILARTE: para percorrer e explorar territórios múltiplos

Claudia Tedesco da Rocha[1]

Resumo
Este artigo apresenta a elaboração de um objeto de aprendizagem para o ensino de artes visuais e algumas propostas educativas que abordam a relação dos estudantes com o ambiente em que vivem. O objeto de aprendizagem, denominado MOCHILARTE, foi criado para transitar pelo espaço da escola e fora dela, em espaços da comunidade. Tem como objetivo principal a aprendizagem de linguagens artísticas contextualizadas com obras que remetem a território, retratos e fotografias. O conhecimento adquirido durante o estudo das obras e das relações de questões da arte com o espaço de vida contribuirá para ampliar o senso crítico dos alunos, ajudando-os a se desfazerem de estereótipos e a redescobrirem a cultura própria de sua comunidade, valorizando-a, para, posteriormente, poderem transformar aquilo que não os satisfaz, visando melhorias no seu bairro e na sua vida.

Palavras-chave: Território. Pertencimento. Estereótipo. Cultura.  Protagonismo.



1 INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objetivo apresentar uma proposta de trabalho no ensino de artes visuais através do objeto de aprendizagem Mochilarte. O objeto de aprendizagem será utilizado numa realidade de periferia com pouca infraestrutura, fazendo com que os alunos adquiram novos conhecimentos e ampliem sua visão de mundo, estabelecendo relações entre as noções de território e pertencimento.
A ideia central do Mochilarte é a aquisição de novos conhecimentos em arte, nesta realidade, fazendo com que os alunos aprendam a conhecer e observar criticamente o território que os circunda, não renegando suas origens e desmistificando os estereótipos que os rotulam. Ao ampliar seus conhecimentos, o aluno deve ser capaz de transferir os mesmos para a sua realidade, assumindo-se como protagonista de sua história e valorizando sua própria cultura.

2. EXPLORANDO A COMUNIDADE

O conceito de território, segundo o site www.brasilescola.com [2], abrange mais que o Estado-Nação. Qualquer espaço definido ou delimitado por e a partir de relações de poder se caracteriza como território. Uma abordagem geopolítica, por exemplo, permite afirmar que um consulado ou uma embaixada em diferentes países sejam considerados como parte de um território de outra nação.
O território, portanto, não se restringe somente às fronteiras entre diferentes países, sendo caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado por seus habitantes, independentemente da extensão territorial. Entende-se por território o espaço delimitado de convivência entre pessoas ou grupos que têm praticamente os mesmos hábitos, costumes e valores, onde há a predominância de uma mesma cultura.
Na comunidade em estudo, pretende-se, através do Mochilarte, proporcionar a aquisição de novos conhecimentos utilizando-se dos conteúdos trabalhados em artes e da exploração dos espaços da comunidade. O objeto de aprendizagem serve de subsídio ao professor de artes em suas aulas, fazendo com que os alunos tenham acesso a diversos tipos de materiais e a oportunidade de realizarem viagens imagéticas a alguns espaços não formais de aprendizagem.
A leitura imagética transcende a leitura de letras, palavras e textos, compreensão e decodificação de mensagens. Na proposta do Mochilarte, ela vai além disso, possibilitando uma leitura ampla e ao mesmo tempo minuciosa de tudo que cerca o aluno que, neste caso, está imerso em realidade carente. Através da leitura imagética o aluno exercitará o olhar, fazendo uma leitura de seu território, para compreendê-lo em sua essência, resgatando sua história e decodificando elementos da cultura local a fim de estabelecer relações de pertencimento. Com a leitura imagética do território e as informações intrínsecas nele, descobrindo o que não é completamente evidente, o aluno poderá adquirir conhecimentos que o levarão a uma melhor compreensão deste território e do mundo.
Este tema foi escolhido devido às observações feitas ao longo de mais de vinte anos de trabalho e convivência nesta comunidade. De acordo com tais observações, percebe-se que os vínculos criados não são duradouros e significativos. Assim que tem oportunidade, grande parte das pessoas procura fixar residência em outras comunidades ou em outros espaços. 
A comunidade é formada por pessoas que vieram da zona rural para a zona urbana procurando melhores condições de vida para si e para suas famílias. Entretanto, alguns, sem ter oportunidades de estudo, enfrentaram dificuldades para arrumar emprego e vivenciaram situações precárias; já outros, buscaram concluir seus estudos através de curso supletivo [3] e conseguiram melhorar suas condições financeiras, mas com o intuito de regressarem as suas origens logo após a aposentadoria. Dessa forma, buscam melhores condições, mas não são pertencentes de fato ou de forma definitiva ao território em que vivem, pois quando têm oportunidade, retornam à zona rural.
As novas gerações, frutos das gerações passadas, nascem e vivem na comunidade por um tempo determinado. Contudo, quando têm oportunidade, procuram se estabelecer em outros bairros sem tentar melhorar as condições de seu bairro, deixando de lado tudo que um dia fez parte de sua história.  
O Mochilarte é uma mochila que contém objetos que serão utilizados pelo professor e alunos durante a realização das atividades e trabalhos propostos. Nela, eles têm à disposição pranchas com imagens de diferentes artistas, projetos de trabalho, textos complementares de apoio ao professor e ao aluno e materiais diversificados para exercerem o ato criativo, pois pretende-se a construção do conhecimento sobre diversas linguagens artísticas de forma contextualizada.
As pranchas são ferramentas de trabalho que fornecem subsídios para a leitura visual das imagens, porém, não se limitam apenas à visualização. Contém informações que estimulam a comunicação e a aprendizagem, através da discussão e questionamentos. Cada imagem principal de cada prancha é articulada com outras imagens – da arte e da cultura visual - e com pequenos textos sobre temas relacionados, contidos no verso. É um recurso visual muito importante, pois, a partir delas, pode-se estabelecer relações e reflexões fundamentais para o desenvolvimento intelectual do educando e, ao mesmo tempo, proporcionar o conhecimento dos elementos formais da arte e a ampliação de seu repertório.
As pranchas apresentam as seguintes imagens, que são utilizadas nos projetos: Retirantes, de 1944, óleo sobre tela, de Candido Portinari; Samba, de 1925, óleo sobre tela, de Emiliano Di Cavalcanti; Marat (Sebastião), de 2008, fotografia da Série Imagens do Lixo, de Vik Muniz; Série Marcados, de 1981-1983, fotografia (políptico), de Cláudia Andujar; um anúncio publicitário de cerveja.
Os projetos de trabalho estão relacionados a um eixo operacional denominado: ARTE E COMUNIDADE - EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM. Esta ideia se situa na relação entre escola e comunidade, envolvendo a mediação e espaços não formais de aprendizagem. Estes são importantes para que o aluno saia do espaço formal (escola) e explore outros ambientes dentro da sua comunidade, relacionados com a arte e ampliando seus conhecimentos. Os projetos de trabalho estão impressos em papel de tamanho A3, formando um álbum que pode ser fixado na Mochilarte ou sobre uma mesa, dependendo da proposta de trabalho. Neste último caso, será manuseado como se fosse um álbum seriado, de forma que as páginas serão folheadas de acordo com a necessidade do projeto.
Já os textos complementares - parte do objeto de aprendizagem – sendo alguns completos e outros fragmentados, servem para dar autonomia ao professor sobre os assuntos em estudo. São leituras que complementam e motivam a busca de mais informações sobre os conteúdos e também ampliam os conhecimentos já existentes. Ao mesmo tempo, instigam o professor a ir além, buscando maiores informações e criando novos desdobramentos para os projetos já existentes ou criando novos projetos para o Mochilarte. Os textos complementares estão impressos em folhas coloridas, de acordo com o projeto, e são guardados em pastas nomeadas, para que o professor que utilizar o Mochilarte possa colocar nela somente aqueles que estão em uso na execução do projeto.
No Mochilarte, o professor de arte tem disponíveis diversos tipos de materiais que auxiliam no desenvolvimento de suas aulas. Estes materiais são os seguintes: câmera fotográfica, pranchas, textos de apoio, projetos de trabalho, lápis de cor, canetas, canetinhas, giz de cera, papéis coloridos, diários familiares do migrante e outros.
Todos os materiais contidos no Mochilarte estão relacionados entre si, fazendo com que o professor de arte e os alunos tenham ao seu alcance todos os recursos necessários para as aulas, porém, incitando-os a buscarem sempre mais.
A arte estabelece laços, redes, independência de pensar e agir, promovendo, assim, inclusões através da cultura e do conhecimento. Dessa forma, ela é capaz de produzir transformações no pensamento e nos hábitos dos alunos e, consequentemente, em seu território. É fundamental que se estabeleçam relações entre os conteúdos estudados e as vivências dos alunos, pois, a partir delas, o conhecimento adquirido será significativo.
O espaço em que moramos nos identifica de forma ideológica e cultural. Neste espaço, aprendemos uns com os outros e criamos vínculos afetivos que caracterizam a nossa própria identidade. Na comunidade em estudo, verifica-se, entretanto, que com grande parte das pessoas não há essa identificação, pois no momento em que conseguem se destacar, buscam se ambientar em outros espaços e não voltam às suas origens visando melhorias. A grande maioria não tem relação de pertencimento na comunidade e procura seu estabelecimento futuro em outros lugares, pois não se reconhecem como seres pertencentes deste ambiente, como já apontado.
 A escola é um dos únicos espaços da comunidade onde os alunos sentem-se pertencentes, pois, através dela, têm a oportunidade de ampliar sua visão de mundo e desenvolver seus conhecimentos de uma forma sistematizada.  Nesse sentido, a escola torna-se um espaço muito importante. É através dela que os alunos têm oportunidades de conhecer um mundo até então desconhecido. A escola tenta estabelecer relações entre o mundo vivenciado pelos alunos com um mundo que a maioria não conhece e nem tem oportunidade de conhecer - caso isto não seja proporcionado pela escola. Cabe citar que a grande maioria dos alunos conhece shopping, cinema, teatro, parques e instituições museológicas através de excursões realizadas pela escola.
Uma das intenções de trabalhar no ensino de arte com obras de diferentes artistas, contidas no Mochilarte, é trazer para dentro da escola um “novo mundo”, fazendo com que os alunos aprendam a olhar com “outros olhos” e estabeleçam relações entre as obras estudadas e o seu mundo, ou seja, as suas vivências e experiências. Pretende-se que essa experiência produza transformações na realidade vivida pelos estudantes, no seu território de residência.
Uma das funções primordiais da escola é ampliar os referenciais artísticos e culturais dos educandos, igualando as oportunidades que lhes são oferecidas, independente da sua classe social. O aluno aprende em todos os ambientes onde convive, porém, cabe à escola auxiliar na ampliação destes conhecimentos pré-existentes de uma maneira formal. 
Hoje, mais do que nunca, se faz necessário um novo olhar sobre a disciplina de artes na escola, criando espaços e novas práticas, visto que é no espaço escolar que o aluno, em muitas ocasiões, tem seu primeiro contato com a arte, e, segundo Ana Mae Barbosa, este contato deve ser significativo e prazeroso, para que o aluno sinta-se motivado a buscar novos conhecimentos ampliando seu repertório artístico.

 A escola seria a instituição pública que pode tornar o acesso à arte possível para a maioria dos estudantes em nossa nação. Isto não é só desejável mas essencialmente civilizatório, porque o prazer da arte é a principal fonte de continuidade histórica, orgulho e senso de unidade para uma cidade, nação ou império, disse Stuart Hampshire alguma vez em algum de seus escritos. (BARBOSA, 2001, p.33)



Muitos dos alunos frequentam esta escola desde a educação infantil e saem da mesma ao concluírem o ensino fundamental. Mas, ao ingressarem em uma escola de ensino médio, renegam suas origens, tendo dificuldades em assumir de onde vieram. A maioria destes alunos não consegue concluir o ensino médio, parece não ter objetivos definidos e não sonha com um futuro melhor para si ou para a comunidade. E aqueles poucos que conseguem se destacar, não retornam à mesma. Essas informações foram obtidas através do BDA (Banco de Dados do Alunado) da Secretaria Estadual de Educação.
A comunidade e a escola agrupam os aspectos sociais e culturais vivenciados pelos educandos. É na integração entre esses dois ambientes que deve ser priorizada a defesa de uma cultura já existente, porém, fazendo com que essa vá se transformando lentamente através de novas experiências e vivências. Percebe-se que no território em estudo é muito difícil que se consiga inserir aspectos de outras culturas, porque, ainda que sejam oferecidas oportunidades pela escola, muitas vezes, o que é aprendido fica “adormecido” dentro de cada um dos alunos, ou seja, não há uma troca. Dessa maneira, os conhecimentos adquiridos tornam-se insignificantes e não prevalecem dentro da comunidade.


3 ARTE E CULTURA NA COMUNIDADE

Segundo Paulo Freire, a educação é uma forma de intervenção no mundo, portanto, a mesma pode interferir nos condicionantes genéticos, culturais, sociais, históricos, de classe e de gênero. Para ele, educar não é a transferência de conhecimentos, mas a conscientização e testemunho de vida. Educar é como viver, exige a consciência do inacabado, sendo um tempo de possibilidades e não de determinismo. Na atual conjuntura educacional, o professor de arte precisa ter consciência de que, enquanto ensina, também aprende e que os conteúdos ensinados/aprendidos devem estar relacionados à realidade do educando, senão ele se torna vazio e inoperante.
O autor enfatiza que o professor precisa formar e respeitar o conhecimento que o educando traz para a escola. Para ele, ensinar e aprender precisa ser uma ação permanente. Ação esta que instiga o educador a aceitar desafios, correr riscos e inovar, rejeitando qualquer forma de discriminação que afaste as pessoas. O autor afirma que o professor precisa enobrecer e respeitar a leitura do mundo como fonte de libertação, autonomia e de influência no desenvolvimento de seus educandos.
A arte pode ajudar o educando a desenvolver sua autonomia em relação ao ser e ao saber de forma crítica. Através dela, o educando passa a duvidar de suas certezas e a questionar suas verdades através do que aprende do conhecimento existente e do conhecimento que ainda não existe, pois todos têm uma bagagem que será acrescida por toda a vida. Em todos os momentos vivenciados, as pessoas estão aprendendo algo novo, que, se utilizado da maneira certa e no momento oportuno, poderá acrescentar muito a nossa realidade e transformação de nossa vida.
 A arte proporciona ao professor e ao aluno uma melhor comunicação verbal, possibilitando a manifestação e troca de opiniões, produzindo um conhecimento que reúna o fazer artístico, a apreciação, o conhecimento da história da arte e sua contextualização com a comunidade, proporcionando decodificações das linguagens artísticas e territoriais.
Através do trabalho com a arte na sala de aula, há a possibilidade de intervir na realidade vivenciada pelos educandos e educadores, tendo como prioridade a aquisição de novos conhecimentos. O professor de arte pode propiciar em suas aulas momentos de diálogo, para que possa compreender o querer dos seus alunos, suas necessidades e expectativas em relação às aulas, fazendo com que ocorra a troca e ambos aprendam e cresçam como indivíduos, assumindo sua identidade cultural. Deve acreditar nas mudanças, tanto sociais quanto econômicas, pois elas podem acontecer e de uma maneira muito significativa.
“O que a arte na escola principalmente pretende é formar o conhecedor, fruidor, decodificador da obra de arte”. (BARBOSA, 2001, p.32). Como a maioria dos alunos não tem o hábito e nem o acesso a instituições museológicas e a outros tipos de exposições, o professor de arte deve possibilitar em suas aulas o conhecimento sobre a arte, para que o aluno possa construir sua identidade na sua comunidade e no mundo.
Ana Mae Barbosa, em seu livro A imagem no ensino da Arte salienta “a ideia de reforçar a herança artística e estética dos alunos com base em seu meio ambiente” (BARBOSA, 2001, p.24). No entanto, ela imediatamente adverte que “se a aula não for bem conduzida pode criar guetos culturais e manter grupos amarrados aos códigos de sua própria cultura sem possibilitar a decodificação de outras culturas” (Idem). Portanto, observar com os alunos a estética do lugar, suas precariedades, peculiaridades, características e estrutura pode aguçar o olhar para esta realidade circundante e possibilitar abrir os olhos para a arte e suas linguagens. Conhecer este território utilizando-se das linguagens artísticas pode fazer com que o aluno ultrapasse os limites de seu território ampliando o olhar para a sua vida, oportunizando, assim, a valorização de si mesmo e do ambiente em que vive.
O professor de arte, utilizando diversos recursos, permitirá ao educando que ele consiga estabelecer relações entre os conteúdos estudados e as suas vivências, buscando qualificar a sua realidade e não “fugir” da mesma. É possível que, inicialmente, se vivencie uma relação conflituosa, porém, a mediação feita pelo educador deverá contribuir de forma significativa para a transformação cultural da comunidade. Esta transformação cultural pode ser construída através de uma leitura visual de tudo que envolve o entorno do aluno e das propostas do Mochilarte. De certa forma, pode-se dizer que este aluno estimulará seu senso crítico, observando e interpretando imagens, ressignificando a sua história, traçando assim um novo olhar sobre sua comunidade.

Temos que alfabetizar para a leitura da imagem. Através da leitura das obras de artes plásticas estaremos preparando a criança para a decodificação da gramática visual, da imagem fixa e, através da leitura do cinema e da televisão, a prepararemos para aprender a gramática da imagem em movimento. Esta decodificação precisa ser associada ao julgamento da qualidade do que está sendo visto aqui e agora e em relação ao passado. (BARBOSA, 2001, p.34-35)

Ana Mae Barbosa, ao frisar a importância da alfabetização visual, aponta para a necessidade de conhecer a história da arte, para poder contextualizar a obra na atualidade, sem esquecer que cada um pode interpretar e ressignificar de sua maneira, proporcionando, assim, entendimentos e conceitos visuais como prática de problematização nas aulas de artes Esta problematização possibilita ao aluno sair do óbvio e alterar o seu pensar e agir, desenvolvendo a capacidade de criar hipóteses e emitir julgamentos, formular soluções, contextualizar sua realidade com a história da arte e com a história de sua comunidade.
A escola precisa ser um espaço vivo com prioridade para as funções sociais a fim de formar alunos com pensamentos críticos para a realidade, valendo-se da cooperação e participação para a convivência no mundo, abordando temas emergentes e presentes no cotidiano do aluno, como afirma Miguel Arroyo:

O aprendizado e vivência das diversidades de raça, gênero, classe, a relação com o meio ambiente, a vivência equilibrada da afetividade e sexualidade, o respeito à diversidade cultural, entre outros, são temas cruciais com que, hoje, todos nós nos deparamos e, como tal, não podem ser desconsiderados pela escola. (ARROYO, 1994, p. 31). 

  
Para tanto, é preciso que professores de artes sejam mediadores e flexíveis estabelecendo relações, propondo desafios e percebendo-se responsáveis pela aprendizagem de seus alunos.
O professor de artes pode, através de suas aulas, estimular a produção de significados e entendimentos, propiciando a interpretação sobre os mais variados temas, fazendo com que os alunos se distingam como cidadãos capazes de tomar decisões que melhorem sua qualidade de vida individual e coletiva na comunidade onde estão inseridos, promovendo, assim, o senso de comprometimento com a realidade social.
Para Souza, é importante a compreensão das relações de poder, as relações com os recursos naturais, as relações de produção ou as ligações afetivas e de identidades entre um grupo social e seu espaço. Entretanto, é também importante a compreensão sobre quem domina ou influencia e como domina e influencia esse espaço. O território, assim como a escola, é uma apropriação que resulta do imaginário e da identidade social e cultural que faz aglutinar e mobilizar ações coletivas que geram o sentimento de pertencimento do aluno em ambos os contextos territoriais.
A escola está inserida numa comunidade, porém a relação de pertencimento entre os alunos na escola é diferente da relação que eles têm com a comunidade. Estudam na escola e sentem-se pertencentes a ela, mas não há essa relação de pertencimento com a comunidade onde moram. Esse sentimento de pertencimento, que é importante para o educando construir sua identificação, só se desenvolve dentro de grupos sociais em espaços determinados, tal como a escola.
A escola, juntamente com a disciplina de arte, pode proporcionar a sensibilização e melhoria da autoestima, levando em conta que estão inseridos em uma comunidade de periferia sem infraestrutura de lazer e sem agentes promotores de cultura. É a partir da aquisição de novos conhecimentos que o aluno será capaz de avaliar sua realidade territorial com um olhar diferenciado e crítico, desmistificando os estereótipos dos quais se sentem reféns.
Os estereótipos são crenças socialmente compartilhadas em um determinado grupo social, relacionados a padrões comuns de uma mesma comunidade. Muitas das pessoas da comunidade em estudo não acreditam na sua capacidade e preferem se acomodar à margem da sociedade, não “lutando” de forma igualitária por melhores condições.
Os estereótipos mais comuns nesta comunidade são de que as pessoas que nela habitam devem se preparar para serem empregadas domésticas, trabalhadores da construção civil ou catadores de material reciclável. O professor de arte, ao promover momentos de discussão e reflexão, abordando questões referentes a esses estereótipos, faz com que cada aluno reflita e se reconheça como ser humano em desenvolvimento, capaz de aprender muitas coisas e transformar a sua realidade. 


4 LEITURA DE IMAGEM DENTRO DO TERRITÓRIO

Anamélia Bueno Buoro, no livro: Olhos que pintam, a leitura de imagem e o ensino da arte (2002), destaca a necessidade da educação do olhar. Este olhar deve ser trabalhado para que se torne um olhar atento, que instigue e questione, envolvendo todos os sentidos. Este processo é vagaroso e longo, pois busca respostas quanto à materialidade e compreensão do texto visual dentro de seu contexto, não podendo ser considerada uma ilustração do conjunto.
A autora enfatiza a importância de conhecer a história da arte para que ocorra a compreensão da obra no contexto em que ocorreu a produção, o que possibilita uma educação crítica e uma formação cultural. Ressalta que o professor de arte deve ser o mediador entre o aluno e a obra, explorando elementos formais que a obra mostra, integrado com o que o aluno vê, articulando com a linguagem que produz o conhecimento, a expressão e a informação.
É responsabilidade do professor de arte proporcionar momentos de discussão, reflexão, ressignificação e criação, utilizando-se das obras em estudo para promover questionamentos sobre a cultura popular brasileira e realizar conexões com as culturas já existentes em seu território. Deve, também, entender a obra em relação aos elementos que a compõem como: linha, forma, volume, equilíbrio, proporção e dimensionalidade, fazendo com que o aluno reflita sobre a obra em diferentes aspectos, e possa, a partir dela, realizar suas interpretações e utilizar-se da criatividade e imaginação nas suas produções artísticas.  
A leitura de imagens propicia ao aluno a realização de uma leitura social, cultural e estética do seu território, promovendo uma mudança de sentidos no seu ambiente, ao mesmo tempo em que amplia a oralidade dos educandos através da troca com os colegas, familiares, pessoas da comunidade e com o professor de arte.
No momento em que se percorrem os territórios da arte, pode-se realizar inserções no ambiente onde os alunos estão inseridos, pois, a partir da contextualização das obras de arte e imagens da cultura visual, pode-se andar por caminhos desconhecidos, relacionando-os à realidade vivenciada pelos alunos. Nestas relações, a aprendizagem acontece de forma contínua e ganha mais significado, fazendo com que os alunos acreditem que são capazes de modificar a realidade de seu entorno.


5 TRANSFORMAR O TERRITÓRIO

Um dos principais objetivos do trabalho com o objeto de aprendizagem Mochilarte é desmistificar os estereótipos enraizados na comunidade, fazendo com que os alunos comecem a acreditar no seu potencial e nas suas capacidades, buscando dentro de si forças para transformar essa realidade que em muitos momentos os envergonha.  No momento em que estes alunos se identificarem como seres pertencentes a essa comunidade, adquirirem maior poder financeiro e aprenderem a valorizar sua comunidade, poderão permanecer neste ambiente, nesta comunidade, auxiliando outras pessoas a buscarem melhores condições de vida, sem terem vergonha de suas origens. 
Com este trabalho, além de abordar questões específicas do campo da arte, pretende-se fazer com que o aluno se identifique como ser capaz de exercer qualquer tipo de trabalho, não apenas aqueles que exigem pouca qualificação como: construção civil, de diaristas, empregadas domésticas ou catadores de materiais recicláveis. Tem-se como objetivo principal possibilitar que o aluno tenha o sonho (desejo) de frequentar uma universidade, procurar melhores condições para ele e também para seus familiares, baseando-se até mesmo nas experiências vivenciadas pelos artistas e/ou obras em estudo.
Todos os educandos passam por processos de maturação e as atividades desenvolvidas precisam estar de acordo com cada um deles, jamais se esquecendo do contexto social onde estão inseridos, sempre priorizando as necessidades dos mesmos. 

A condição peculiar de desenvolvimento deve ser compreendida em relação às necessidades que advém do processo de maturação física e psicológica a que se encontram submetidas crianças e adolescentes, bem como ao de sua inserção na trama de relações e práticas sociais, através do processo de socialização. (PINHEIRO, 2001, p. 58).

 
O Mochilarte tem a função de percorrer os espaços internos e externos do território escolar. Foi idealizado para ser carregado por duas pessoas para que se perceba que pesquisar, olhar, andarilhar por espaços artísticos ou não, é sempre um espaço de troca e aquisição de conhecimentos, pois existe mais de uma versão para uma verdade ou constatação. Torna-se necessário perceber que o objeto não possui um dono, mas que é de uso de todos e tem como objetivo compartilhar os territórios a serem percorridos e a responsabilização pelo conhecimento aprendido ou ensinado.
O objeto consiste numa mochila diferenciada, construída com tecido resistente e liso. Aberta, ela tem 120 cm de comprimento, 50 cm de largura e 20 cm de profundidade. Fechada, tem 50 cm de largura, 40 cm de largura e 20 cm de profundidade. Internamente, em um dos lados do Mochilarte, tem dois bolsos de 45 cm por 45 cm que são utilizados para guardar as pranchas e os textos. Entre estes dois bolsos, há um pequeno bolso de 10 cm por 40 cm que serve para guardar materiais que forem necessários. No outro lado do Mochilarte, existem bolsos para colocação dos diários familiares dos migrantes, lápis e canetas, e mais dois bolsos para materiais que forem necessários, tais como fotografias, papéis, canetas ou algumas tintas.
 O que se propõe é a intervenção deste objeto para apresentar aos alunos diversas linguagens artísticas presentes em espaços formais e não formais de aprendizagem. Pretende-se resgatar a identificação dos mesmos perante a comunidade, como protagonistas da própria história. Também se quer buscar o desenvolvimento de habilidades, ampliar os conhecimentos existentes e explorar os espaços da comunidade, passando a valorizá-la de outro modo. O objeto de aprendizagem tem o intuito de fazer com que os alunos se apropriem de imagens até então desconhecidas, agreguem materiais de seu território e da escola, mantendo contato e manuseio com textos, pranchas e materiais diversos para produções artísticas nas aulas de artes.
Além disso, tem-se o objetivo de fazer com que os alunos saiam do senso comum e dos espaços sempre frequentados nas aulas de arte, levando-os a circularem por sua comunidade. Tendo acesso a todos esses materiais, pretende-se que os alunos se reconheçam de forma igualitária a outros cidadãos que têm acesso a estes materiais não somente na escola e que aprendam a valorizar a sua comunidade.
Quando sai da escola para explorar a comunidade, o Mochilarte permite que o aluno transite neste contexto com o intuito de ampliar suas percepções estéticas quanto ao lugar e ao conhecimento. A arte pode proporcionar novas interpretações e questionamentos sobre a cultura local e a sociedade atual, já que este ir e vir torna os seres diferentes, já não são os mesmos, pois o olhar se amplia e a visão de mundo se modifica.
Espera-se que estas novas experiências contribuam para a construção da identidade, fazendo com que o aluno sinta-se cidadão pertencente do seu espaço de convivência, sendo a comunicação o principal viés para que tais mudanças possam ocorrer, já que a comunicação funciona como mediadora entre eles e o cotidiano, nas famílias e nas ações comunitárias.
A experiência busca o conhecimento da diversidade e as mobilidades que o mundo circundante possui, para que cada um vá além de si para conhecer o diferente dentro dos diversos espaços públicos a serem conhecidos. Dessa forma, os alunos passam a interagir e refletir sobre o território, experimentando e relacionando-se com as obras, o que propicia um olhar mais atento à comunidade em que residem.
Os projetos em destaque serão desenvolvidos em torno de um eixo articulador – Arte e Comunidade – Experiência de Aprendizagem: a mediação e o espaço não formal de aprendizagem, tendo como foco a relação de pertencimento entre os alunos e a sua comunidade, adquirindo conhecimentos em artes. O professor de arte terá como objetivo principal mediar a relação no processo de aprendizagem de arte, integrando o espaço formal (escola) ao não formal (comunidade).
Um dos projetos que será desenvolvido tem como título “Migração” e através dele os alunos poderão perceber a sua família no contexto da comunidade, e por quais motivos as pessoas migraram do seu espaço de origem para este lugar, ampliando seu conhecimento através do estudo da obra “Retirantes” de Candido Portinari. Além da pesquisa sobre as origens dos retirantes que vieram para esta comunidade, serão destacados aspectos próprios desta obra, que sofreu influências cubistas e expressionistas, e com análise dos elementos da pintura.
Para o desenvolvimento do projeto, o aluno poderá contar com diversos tipos de materiais de apoio, tendo como foco principal a valorização das suas origens e de sua cultura. Neste projeto, cada aluno produzirá um diário familiar do migrante que contará fatos da vivência de seus familiares desde a migração para a comunidade. O projeto tem como objetivo maior a aprendizagem das linguagens artísticas, citadas acima, através do resgate da história da comunidade, pois possibilita ao aluno valorizar o que ele realmente pode vir a conhecer. Será desenvolvido um resgate da história de cada família através de fotografias documentais de seus antepassados, visita à comunidade, relatos dos moradores mais antigos e de entrevistas. Durante este resgate, serão feitos registros escritos e fotográficos, o que resultará na criação do “Diário Familiar do Migrante”. Esse Diário contará, também, das localidades dos quais vieram, obtendo-se, assim, percepções dos diversos motivos pelos quais ocorreu a migração e possibilitando compreender o grau de parentesco entre estes migrantes. O diário contará com o apoio da disciplina de português na construção dos textos e relatos, culminando na exposição de todos os trabalhos desenvolvidos pelos alunos com a participação dos familiares envolvidos no projeto.
 Já o outro projeto a ser desenvolvido tem como título ”Instalação Artística” e será baseado na obra “Marat (Sebastião)” e no Documentário “Lixo Extraordinário” em 2010 de Vik Muniz. As obras serão um processo desencadeador do protagonismo, tendo como objetivo principal a revitalização de um espaço da comunidade que esteja abandonado pelas autoridades locais.
 A arte é capaz de fazer com que o aluno consiga estabelecer relações entre as obras estudadas e o que é observado na comunidade, possibilitando o diálogo e a troca de experiências, transformando o entorno dos mesmos.  
Vik Muniz desenvolveu um vídeo documentário relatando toda a trajetória do seu trabalho desenvolvido no aterro sanitário Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, que, entre outras, resultou na obra “Marat (Sebastião)”, de 2008, fotografia da Série Imagens do lixo. Foi inspirada na obra A Morte de Marat, que é uma obra neoclássica, feita no período da revolução francesa por Jacques-Louis David.
O artista contemporâneo fez todo o trabalho com pessoas que, até o momento, não tinham tido nenhum contato com a arte. A partir do documentário, algumas pessoas ampliaram sua visão de mundo e optaram por sair do lixão, procurando melhores condições de vida.
            O espaço da comunidade onde ocorrerá a instalação artística pertence à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. O local está totalmente abandonado, tanto pelas entidades estaduais quanto pelas municipais. Esse espaço, denominado Pesqueiro, era o único local de lazer que a comunidade tinha, porém, de uns anos para cá, foi totalmente abandonado.
Mesmo sendo um dos únicos espaços de entretenimento disponível para a comunidade, não houve nenhum movimento por parte da mesma para que o espaço fosse cuidado e melhorado. As pessoas ainda não têm consciência de que o espaço é delas e que devem valorizá-lo e respeitá-lo.
Partindo do estudo das obras, de diálogo e reflexões estabelecidas, pretende-se chegar ao seguinte questionamento: A arte pode mudar a vida das pessoas?
O projeto tem a intenção de chamar a atenção das autoridades locais e também da comunidade, para que este espaço seja revitalizado, e, a partir de então, volte a ser um espaço de convivência e lazer de toda a comunidade. Todos devem ter consciência da importância deste local para a comunidade.
Conhecer o artista e sua obra servirá como uma mola propulsora para a aquisição de conhecimentos em arte, desenvolvendo os seguintes conteúdos: fotografia, conceitos de escultura e instalação, vídeo documentário, arte postal, elaboração de projeto artístico, criação de convites e elaboração e edição de vídeos, fazendo com que os alunos despertem em si a vontade de fazer alguma coisa em prol da comunidade. Dessa forma, os alunos poderão refletir sobre possibilidades de se tornarem os protagonistas de sua própria história, tendo, quem sabe, condições de modificarem uma realidade que não os satisfaz, passando a ter orgulho do seu trabalho e, consequentemente, do espaço da comunidade que estava praticamente abandonado pelos órgãos competentes.


6 CONCLUSÃO

É necessário educar o olhar para possibilitar diversas formas de leitura, seja da arte ou do cotidiano, para que o aluno possa compreender e analisar a linguagem visual e, assim, utilizar este conhecimento e a criatividade para mudar o seu entorno.
A partir do estudo das obras de arte, o aluno da periferia ampliará seu conhecimento e poderá buscar a modificação da sua realidade, transformando a sua comunidade, buscando melhorar suas condições de vida, sem ter que se deslocar do seu espaço.
É preciso estimular o aluno para que ele utilize os conhecimentos adquiridos na sala de aula para que este ultrapasse seus muros, ajudando-o a resolver seus problemas, a conhecer culturas e a se utilizar das formas de expressão para conseguir sanar suas dificuldades e necessidades no local onde estiver inserido.
O professor de arte precisa estar preparado para explorar o inusitado, disposto a aprender, descobrir novos caminhos e estimular a imaginação e a criatividade dos alunos, procurando qualificar suas condições de vida e da realidade da comunidade em estudo.
 O Mochilarte é um objeto de aprendizagem de fácil manuseio e deslocamento. Pode ser transportada para diferentes lugares, por uma única pessoa ou por duas. É um material versátil e pode ser utilizado em outras disciplinas. Nela, se encontram materiais diversificados, podendo haver o acréscimo de outros e a troca dos mesmos, pois existem espaços disponíveis para isso. Com o uso do Mochilarte, é proporcionada a aquisição e troca de saberes, promovendo a ampliação de conhecimentos.
Através do Mochilarte, o aluno terá acesso a conteúdos de artes e materiais diversificados, o que, consequentemente, lhe proporcionará a aquisição de novos conhecimentos de forma contextualizada. Tem a intenção de trabalhar conteúdos de artes para que o aluno aprenda a valorizar seu potencial e a acreditar na sua capacidade. Os alunos ampliam seus conhecimentos e não renegam suas raízes, agregam o que sabem, priorizando a melhoria de condições de vida no seu próprio espaço, sem demonstrar vergonha de suas origens.


REFERÊNCIAS

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BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo. Editora Perspectiva, 1991.

BRASIL. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BUORO, Anamélia Bueno. Olhos que pintam: a leitura de imagem e o ensino da arte. São Paulo: Educ / Fapesp / Cortez, 2002.

CATTERALL , James S.. A Experiência Artística Melhora o Desempenho Escolar? Disponível em: . Acesso em 30 dez 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996.

PINHEIRO, Ângela Alencar Araripe. A criança e o adolescente no cenário da democratização: representações sociais em disputa. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2001. Tese de Doutorado Programa de Pós-Graduação em Sociologia.

SANT’ANNA, Renata. Saber e ensinar Arte Contemporânea. São Paulo: Panda Books, 2010.

SOUZA, Edevaldo Aparecido; PEDON, Nelson Rodrigo. Território e Identidade. Disponível em: . Acesso em 19 set. 2012.

SOUZA, Marcelo J. Lopes de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, Iná Elias de et al. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, p. 77-116.



[1] Professora da rede pública estadual do RS desde 1988, cursando o último semestre do curso de Licenciatura em Artes Visuais/UFRGS E UCS/REGESD. Tem grande experiência na parte pedagógica e administrativa, pois durante muitos anos foi diretora na escola onde trabalha há 24 anos.
[2] Site privado de educação, que contém textos e artigos sobre vários assuntos das mais diversas disciplinas, estratégias de ensino, monografias e cursos.
[3] Atual EJA – Educação de Jovens e Adultos.