18 de agosto de 2012

ARTES VISUAIS E INSTALAÇÃO


O termo instalação foi incorporado às artes visuais na década de 60 para designar um ambiente construído em espaços de galerias e museus. Existem dificuldades para definir o termo, desta produção artística que pretende construir com os mais diversos materiais um ambiente ou cena cujo movimento é constituído pelas relações entre objetos, construções e o espectador. Para a apreensão da obra é preciso transitar por ela ou na volta, pois assim explora a relação da obra com o espaço e consigo mesmo.
A instalação não possibilita ser rotulada, pois admite muitas possibilidades de suportes e várias possibilidades de realização, sendo bem aceita na contemporaneidade que tem como uma de suas particularidades o estudo do espaço e do tempo, podendo ser volátil e passageira, absorvendo o espaço onde se encontra, ao mesmo tempo em que descontrói o mesmo espaço que se apropria enquanto é obra.
Ela é uma verdade espacial como construção em determinado lugar e tempo, ao mesmo tempo em que é efêmera e passageira, ao apreciar a obra ela se materializa como recordação e torna-se definitiva apenas na memória. A instalação torna-se um espelho do tempo, quando questiona o homem deste determinado tempo e sua influencia mútua, só fazendo sentido se for analisada em seu tempo e espaço.
A instalação permanece em destaque, porem tornou-se mais multimídia, espetaculosa e propõe uma maior interatividade com o espectador. Propicia a utilização de várias linguagens que proporciona que o espectador seja parte integrante da obra e que sem sua presença a obra não obtém sua culminância, a participação proporciona ao espectador mexer com seus sentidos e ou provocar sensações.
Site especific ou sítio especifico, refere-se a obras criadas para determinados espaços de acordo com o ambiente que pode ser galerias de arte, ambientes naturais ou urbanos e que estas obras conversem com o espaço ou incorporem-se a eles. Em geral são trabalhos planejados em que os elementos dialoguem com o que os circunda. A produção contemporânea é voltada para o espaço em que será inserida, inaugurando assim uma nova relação chamada land art (arte da terra) que passa a ideia geral de arte fisicamente acessível que muda a paisagem de modo permanente ou temporário.
Em artes visuais o termo performance considera muitos trabalhos como a escultura, a pintura, dança teatro e música em que o corpo é parte constituinte da obra como suporte de atuação.  Os artistas procuram uma aproximação entre a arte e a vida. A performance serviu como meio de contestação e afronta a prol da liberdade de expressão.
Happening tem características das artes cênicas, mas incorpora elementos de improvisação e geralmente envolve a participação direta ou indireta do espectador, tem uma estrutura flexível cadenciada pela espontaneidade.

Hélio Oiticica

Biografia
            Hélio Oiticica nasceu no Rio de Janeiro em 26 de julho de 1937 e faleceu em 22 de março de 1980.
            Artista, performático, pintor e escultor, participa do Grupo Frente entre 1955 e 1956 e em 1959 passa a integrar o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis.
            Em 1964, começa a fazer as chamadas Manifestações Ambientais, onde realiza uma manifestação coletiva em frente ao museu, na qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistas.
            Participa das mostras do Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira apresentando nesta última a Manifestação Ambiental Tropicália. Em 1968, realiza no Aterro do Flamengo a manifestação coletiva com seus Parangolés e os Ovos de Lígia Pape.
Em 1969, realiza em Londres, o que chama de Whitechapel Experience, apresentando o projeto Éden Vive em Nova York.
Retorna ao Brasil em 1978.
Após seu falecimento em 1981, é criado o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar, analisar e divulgar sua obra.

Imagens
Relevo Espacial, 1959 
                                                    óleo sobre madeira. 

                                                     Núcleo NC 6, 1960 - 1963
                                                              pintura sobre madeira recortada.

              Penetrável PN1 Penetrável PN1, Homenagem a Mário Pedrosa, 1960
                                                                        204 x 150 x 150 cm. 

                                          Bólide, exata 1963 - 1964
                                    madeira pintada, brita, vidro e tela de arame
                                                                 22 x 21 x 50 cm. 

                                                Parangolé P1, Capa 1, 1964
                                                                        plástico e tecido
                                                                     150 x 110 x 20 cm. 

                                                         Tropicália, 1967
                          plantas, areia, pedras, araras, aparelho de televisão, tecido e madeira.

                                                                   Ninhos, 1969
                                                       Projeto Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, RJ).

                                                                  Éden, 1969 
                                     Projeto Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, RJ).

                       Invenção da Cor (maquete para Penetrável Magic Square 3), 1977. 

Cenografia é a arte de projetar e executar cenários no espaço tridimensional para espetáculo teatral, cinematográfico ou televisivo, sendo parte importante do espetáculo, enquanto a instalação é uma produção artística que pretende construir relações com o ambiente, os objetos e o público.
Em ambos os casos é possível utilizar os mais diversos materiais e os elementos das artes visuais como cor, textura, estilo, luz, pintura, fotografia e forma que na cenografia o objetivo é caracterizar e ambientar a sinopse, delimitar o espaço do palco e ser um elemento visual do espetáculo, enquanto na instalação os elementos e materiais absorvem o espaço e se apropriam dele para a construção da obra.
A cenografia é construída para que um determinado grupo ocupar o espaço e apresentar o espetáculo para o público, já na instalação o espectador precisa transitar e explorar a obra para que haja a apreensão.
Assim como as instalações as cenografias são tridimensionais, não se prendem a espaços físicos fechados, mas a instalação propícia à interação e intervenção do público.
As relações entre cenografia e instalação estão intimamente ligadas, pois utilizam os elementos e períodos das artes visuais em suas composições. A cenografia exige do cenógrafo estes conhecimentos que junto ao diretor e a sinopse resultam na escolha do estilo e dos elementos para a composição, enquanto a instalação o artista pode trabalhar sem a intervenção de outras pessoas.
A cenografia faz parte de um espetáculo teatral, televisivo ou cinematográfico, é um elemento importante junto com atores, figurino, iluminação e sonoplastia, já a instalação não precisa ter todos esses elementos para ser uma obra.
Na cenografia a luz é um elemento precioso em sua composição provocando a cor e suas nuances, contrastes e a profundidade que são elementos favorecedores da unidade entre espetáculo e o cenário, enquanto na instalação a luz pode ser utilizada, mas não é um elemento imprescindível.
A cenografia precisa compreender a cerca de um espaço que deve ser ocupado com a criação e uso dos elementos visuais. No espetáculo a cenografia é um elemento visual, enquanto na instalação ela é o elemento visual.

Referências Eletrônicas:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2020&cd_item=1&cd_idioma=28555