18 de agosto de 2012

FILME DOCUMENTAL: PINA


Pina é um documentário sobre Pina Bausch de Wim Wenders, com o Tanztheater Wuppertal; comovente que mostra a obra da bailarina alemã que faleceu em 2009, ele mostra as coreografias de palco e de cidade que realizou, abordando sua vida através de suas criações.
Fundamentalmente o documentário trata do quanto o olhar é importante e que a dança é uma forma de expressão. O documentário trata sobre a dança e tem os depoimentos são de ex-alunos que falam pouco, mas mostram pelo olhar e pelas expressões faciais a admiração pela artista.  Dançam com vigor e beleza que em momentos parece que estamos na plateia do teatro pelo impacto dos movimentos.
No documentário a cenografia é a composição que preenche o espaço tridimensional utilizando a luz, cor, e objetos que contribuem para o equilíbrio e desequilíbrio dos movimentos dos bailarinos.
Os cenários são realizados com materiais do cotidiano urbano e reais tais como: cortinas, cadeiras, mesas, terra, portas, ferro, pontes, janelas, pedra, água entre outros que se unem com os movimentos e com a música, inclusive nas cenas ao ar livre.
 O espaço do teatro é ocupado por uma enorme pedra, água, terra que sai do cenário da rua para ser incorporado a cenografia assim como Marcel Duchamp que propõe uma relação dos bailarinos com o objeto, bem como o deslocamento dos bailarinos para ambientes em que a música não está presente como a rua.
O espaço ocupado pelos elementos que formam o cenário não restringe o espaço da dança deixando a coreografia harmônica, mostrando nostalgia, suavidade em determinados momentos.
A luz exerce a função de construção de climas emocionais e expressão, auxiliando e complementando os movimentos dos bailarinos, bem como a cor que destaca os elementos do cenário e provoca sensações construindo uma composição estética.
Em momentos o palco dá impressão de infinito, estende-se além com as projeções realizadas.
Assim como no dadaísmo que tinha como característica principal romper com as formas tradicionais de arte, o documentário também o faz, quando apresenta a vida da coreógrafa através de suas obras e não por sua biografia.
Assim como o dadaísmo surgiu em um café em Zurique e questionava o conceito de arte, o cenário da cafeteria vazia também questiona o espaço da dança, pois as cadeiras fazem parte do espetáculo e interagem com os bailarinos quando precisam ser retiradas ou derrubadas para dar continuidade.
O surrealismo foi um movimento questionava as crenças culturais, e a postura diante da realidade humana, bem como os movimentos convulsivos dos bailarinos sobre a terra, como se a força da dança fosse pulsante na terra.
É possível também observar na cenografia um ambiente minimalista que o deixa triste, frio e rígido que se contrapõem com a energia vigorosa dos bailarinos cuja respiração é possível escutarem, e ao mesmo tempo em que promove uma proximidade com o público que observa os mínimos gestos e olhares.

Referências Eletrônicas:
http://epilogosepigrafes.wordpress.com/2012/05/14/048-pina-wim-wenders/