Pina
é um documentário sobre Pina Bausch de Wim Wenders, com o Tanztheater Wuppertal;
comovente que mostra a obra da bailarina alemã que faleceu em 2009, ele mostra
as coreografias de palco e de cidade que realizou, abordando sua vida através
de suas criações.
Fundamentalmente
o documentário trata do quanto o olhar é importante e que a dança é uma forma
de expressão. O documentário trata sobre a dança e tem os depoimentos são de
ex-alunos que falam pouco, mas mostram pelo olhar e pelas expressões faciais a
admiração pela artista. Dançam com vigor
e beleza que em momentos parece que estamos na plateia do teatro pelo impacto
dos movimentos.
No
documentário a cenografia é a composição que preenche o espaço tridimensional
utilizando a luz, cor, e objetos que contribuem para o equilíbrio e
desequilíbrio dos movimentos dos bailarinos.
Os
cenários são realizados com materiais do cotidiano urbano e reais tais como:
cortinas, cadeiras, mesas, terra, portas, ferro, pontes, janelas, pedra, água entre
outros que se unem com os movimentos e com a música, inclusive nas cenas ao ar
livre.
O espaço do teatro é ocupado por uma enorme
pedra, água, terra que sai do cenário da rua para ser incorporado a cenografia
assim como Marcel Duchamp que propõe uma relação dos bailarinos com o objeto,
bem como o deslocamento dos bailarinos para ambientes em que a música não está
presente como a rua.
O
espaço ocupado pelos elementos que formam o cenário não restringe o espaço da
dança deixando a coreografia harmônica, mostrando nostalgia, suavidade em
determinados momentos.
A
luz exerce a função de construção de climas emocionais e expressão, auxiliando
e complementando os movimentos dos bailarinos, bem como a cor que destaca os
elementos do cenário e provoca sensações construindo uma composição estética.
Em
momentos o palco dá impressão de infinito, estende-se além com as projeções
realizadas.
Assim
como no dadaísmo que tinha como característica principal romper com as formas
tradicionais de arte, o documentário também o faz, quando apresenta a vida da
coreógrafa através de suas obras e não por sua biografia.
Assim
como o dadaísmo surgiu em um café em Zurique e questionava o conceito de arte,
o cenário da cafeteria vazia também questiona o espaço da dança, pois as
cadeiras fazem parte do espetáculo e interagem com os bailarinos quando
precisam ser retiradas ou derrubadas para dar continuidade.
O
surrealismo foi um movimento questionava as crenças culturais, e a postura
diante da realidade humana, bem como os movimentos convulsivos dos bailarinos
sobre a terra, como se a força da dança fosse pulsante na terra.
É
possível também observar na cenografia um ambiente minimalista que o deixa
triste, frio e rígido que se contrapõem com a energia vigorosa dos bailarinos
cuja respiração é possível escutarem, e ao mesmo tempo em que promove uma
proximidade com o público que observa os mínimos gestos e olhares.
Referências
Eletrônicas:
http://pencefundamental.wordpress.com/tag/documentario-de-wim-wenders-3d-dobre-pina/http://rochido.wordpress.com/tag/documentario/
http://epilogosepigrafes.wordpress.com/2012/05/14/048-pina-wim-wenders/